Operação do MPGO investiga esquema criminoso que teria impactado serviços essenciais e agravado a crise hospitalar em Goiânia
O secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, foi preso nesta quarta-feira (27/11) em uma operação do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO). A ação investiga o pagamento irregular em contratos administrativos e associação criminosa na Secretaria Municipal de Saúde. Além de Pollara, o secretário executivo e o diretor financeiro da pasta também foram presos temporariamente.
Conforme informações do MPGO, os três agentes públicos foram afastados cautelarmente de seus cargos, com a suspensão de suas funções. A operação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial do Patrimônio Público (GAEPP), contou com o apoio da Polícia Militar para cumprir os mandados expedidos pelo 1º Juízo de Garantias da Capital.
As investigações apontam para uma associação criminosa que teria concedido vantagens indevidas em contratos, causando prejuízos significativos à administração pública. Foram identificados pagamentos irregulares, inclusive com desrespeito à ordem cronológica de exigibilidade. Durante o cumprimento dos mandados, na sede da Secretaria de Saúde, nas residências dos suspeitos e em um prestador de serviços, foram apreendidos R$ 20.085,00 em posse de um dos investigados.
Além do impacto financeiro, o esquema criminoso prejudicou diretamente a população, deixando de repassar verbas públicas a entidades responsáveis pela gestão de unidades hospitalares e maternidades, como a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc). A dívida acumulada pela Fundahc alcança R$ 121,8 milhões, comprometendo seu funcionamento regular.
Crise no atendimento à saúde
A rede pública de saúde de Goiânia vive uma crise multifatorial sem precedentes. O atendimento hospitalar enfrenta desestruturação, com acesso restrito a leitos de enfermaria e UTI, falta de insumos básicos e interrupção de serviços essenciais. Além disso, há graves deficiências na assistência básica, descumprimento de decisões judiciais e irregularidades em contratações.
Esses problemas têm causado a violação de direitos fundamentais à saúde e à vida dos cidadãos dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Resposta da Prefeitura de Goiânia
A Prefeitura de Goiânia informou, em nota oficial, que está "colaborando" com as investigações conduzidas pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), que apuram irregularidades em contratos administrativos da Secretaria Municipal de Saúde. A operação resultou na prisão temporária do secretário Wilson Pollara, do secretário executivo e do diretor financeiro da pasta, nesta quarta-feira (27/11).
Segundo a nota, a gestão municipal reafirmou o compromisso com a transparência e garantiu que tomará medidas administrativas conforme o avanço das apurações. "A gestão municipal reitera seu compromisso com a transparência e com a lisura na administração pública, colocando-se à disposição para fornecer todas as informações e documentos necessários ao esclarecimento dos fatos", diz o comunicado.