No Estado, até 15 de maio deste ano, foram notificados 2.115 casos de Covid-19 em gestantes. Dessas, 52 faleceram por complicações da doença, sendo 73% somente neste ano.
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), orienta que mulheres grávidas e aquelas que tiveram filhos em até 45 dias (puérperas) sigam uma série de cuidados para evitar a contaminação pelo coronavírus. A recomendação é a de que esse público fique em alerta e redobre os cuidados durante a crise sanitária. No Estado, até 15 de maio deste ano, foram notificados 2.115 casos de Covid-19 em gestantes. Dessas, 52 faleceram por complicações da doença, sendo 73% somente neste ano.
“Esse é um dos públicos mais suscetíveis a complicações pela Covid-19 devido às condições hormonais e fisiológicas da gestação e pós-parto”, alerta a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim. Além disso, com o avanço de novas variantes do coronavírus, houve aumento de casos da doença com elevação no número de óbitos em todos os grupos de risco, o que inclui as grávidas e puérperas.
A coordenadora de Assessoria de Redes de Atenção em Saúde da Superintendência de Atenção Integral à Saúde (Sais) da SES-GO, Paula dos Santos Pereira, detalha que já foram registrados cerca de 30 óbitos de gestantes jovens em Goiás. “São mulheres que deixaram seus filhos e famílias. É triste as pessoas ainda não verem o impacto dessas mortes e a importância de evitá-las”, pontua Paula.
Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, apontam que a chance de uma grávida infectada pelo vírus ser internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é 62% maior que outras mulheres na mesma faixa de idade. Já a possibilidade da gestante necessitar de intubação e ventilação mecânica foi 88% maior do que no público feminino geral.
Entre as recomendações essenciais a serem efetivadas durante a pandemia pelas gestantes e puérperas, a SES-GO orienta a manutenção do distanciamento social, prevenindo a exposição ao vírus; a opção pelo regime home-office pelas trabalhadoras grávidas; a lavagem frequente das mãos, uso de álcool em gel e máscara; a realização adequada do pré-natal; e restrição de contatos com pessoas com sintomas de Covid-19.
Se apresentar qualquer sintoma de infecção pelo coronavírus, a gestante deve procurar assistência médica imediata. Além disso, os partos cirúrgicos (cesarianas) devem ser evitados, com a opção pelo parto natural (normal). De acordo com orientações do Ministério da Saúde, as gestantes que apresentarem qualquer tipo de comorbidades devem ser incluídas no grupo prioritário para a vacinação. Entretanto, para tal, elas devem receber doses das vacinas Pfizer e Coronavac.
Ações Para minimizar os riscos da Covid-19 em mulheres grávidas e puérperas, o Governo de Goiás promoveu a atualização dos profissionais que atuam nas unidades de saúde da atenção primária, os chamados “postinhos de saúde”, sobre o fluxo de atendimento às pacientes com suspeita de infecção pelo coronavírus, medidas de prevenção e estratificação de risco. Ao todo, participaram 500 médicos e enfermeiros que trabalham nas equipes de atenção dos municípios das cinco macrorregiões do Estado.
Sobre o direcionamento do treinamento para os trabalhadores da atenção primária, uma das justificativas foi por essa ser a principal porta de entrada para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil e o local em que as pessoas buscam uma primeira orientação, antes de apresentarem sinais de agravamento.
Alexandra Nunes de Assis, assessora técnica da Rede de Atenção Saúde Materno-Infantil da Superintendência de Atenção Integral à Saúde da SES-GO, explica que “estudos já realizados com esse grupo populacional demonstraram que o monitoramento rigoroso dos sintomas apresentados e a identificação precoce de piora clínica, diminuíram a evolução desfavorável da doenças e, muitas vezes, até a necessidade de internação em UTI”.
Além de idealizar e disponibilizar o treinamento, a SES-GO também formulou uma Nota Informativa sobre o atendimento e testagem para coronavírus em gestantes. A orientação do documento é de que todas as mulheres realizem o exame de swab de nasofaringe de RT-PCR (cotonete) no momento da admissão para o parto ou internação em hospitais e maternidades.
(Com informações da Agência Cora Coralina de Notícias)