Brasil teve 277.944 admissões a mais do que demissões com carteira assinada em junho.
O mercado de trabalho formal no Brasil teve saldo positivo de 277.944 novos empregos com carteira assinada em junho, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência. Em junho de 2021, o saldo foi de 317.812 admissões a mais do que demissões.
A pesquisa ajuda a mostrar o cenário atual de emprego e desemprego no país nesse período e comparar com meses anteriores, passados os anos mais críticos da pandemia. No primeiro semestre de 2022, foram 11.633.347 pessoas contratadas e 10.298.556 desligadas dos postos de trabalho brasileiros, ou seja, foram 1.334.791 novas vagas. Esse número final é 14,2% superior ao do mesmo período de 2021, quando foram geradas 10.190.009 vagas formais.
O saldo de junho deste ano entre as unidades da federação foi positivo em todas as regiões. O maior destaque ficou em São Paulo, que teve 80.267 admissões a mais do que demissões. Minas Gerais, com 31.092, e Rio de Janeiro, com 22.922, seguem SP na lista. Roraima apresentou o menor crescimento, com 3.616 novas contratações e 3.087 desligamentos no período, saldo de 529 novos contratados com carteira assinada.
Em relação ao tipo de trabalho, o Novo Caged registrou estatísticas positivas nos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas avaliados. “O maior crescimento do emprego ocorreu no setor de Serviços, com geração de 124.534 postos e o setor do Comércio, com saldo positivo de 47.176 vagas formais no mês. Em seguida vieram os setores da Indústria, que registrou 41.517 postos, e a agropecuária, que gerou no mês 34.460 postos formais”, de acordo com o Ministério do Trabalho.
Para o professor de Administração da Universidade de Brasília (UnB) Jorge Fernando Valente de Pinho, os números atuais indicam uma possível retomada econômica. “É preciso ter presente que o setor de serviço, no qual o comércio apresenta os melhores resultados, é o setor mais fácil de ser estimulado e de responder às ações de governo. Ele pode dar o start para que o setor de indústria, etc, possa também apresentar bons resultados”, comenta.
Mariana dos Santos, moradora do Distrito Federal de 23 anos, é uma das profissionais que compõem os números positivos do setor de serviços. “Comecei a trabalhar no mês de julho, fiquei sem trabalhar três meses. Atualmente, sou estoquista. Por conta da pandemia, as coisas se dificultaram, mas eu consegui a vaga de emprego.”
Um dos subsetores de serviços é o de turismo. Segundo o governo federal, do total de 277.944 postos de trabalho com carteira assinada criados em junho, 35% foram em atividades ligadas a essa atividade, como segmentos de alojamento e alimentação, transporte aéreo e agências de viagens. “Significa que de cada dez novas vagas formais no sexto mês do ano, três foram no setor de turismo, totalizando 97,7 mil novos postos”, divulgou o Ministério do Turismo.
Outro levantamento recente sobre emprego e desemprego veio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ela mostra que a taxa de desocupação do trimestre encerrado em junho teve queda de 1,8 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior, chegando a 9,3%.
Esses números deixam o Brasil no menor patamar para o período desde 2015, quando o índice foi de 8,4%. O número de desempregados também caiu 15,6% no trimestre, chegando a 10,1 milhões de pessoas.