A operadora logística Rumo deverá começar a operar no segundo semestre de 2021 o terminal em Rio Verde (GO), inaugurando assim mais uma etapa da operação do tramo central da ferrovia Norte-Sul (Malha Central). A primeira etapa foi iniciada em março deste ano, com a inauguração do terminal de São Simão (GO).
“O terminal de Rio Verde deve estar pronto em breve, então vamos aproveitar a safra do milho, vamos conseguir já usar esse terminal do segundo semestre do ano. Temos nesse terminal uma capacidade enorme, duas vezes maior do que tínhamos em Rondonópolis antes das melhorias que fizemos lá. Mas não vamos começar a usar toda a capacidade. O que posso dizer é que temos um ‘ramp-up’ considerável e vamos usar boa capacidade no segundo semestre em Rio Verde”, afirmou Ricardo Lewin, diretor financeiro do grupo, em teleconferência nesta sexta-feira sobre os resultados do primeiro trimestre, quando a companhia registrou lucro de R$ 175 milhões.
Ele também destacou que, a partir de março, o terminal de São Simão apresentará um aumento considerável nos volumes. A Rumo afirma que a safra de milho deste ano será expressiva, porém, ainda há muitas incertezas em relação à movimentação dessa carga no quatro trimestre, segundo o diretor.
“Teremos uma safra de milho considerável, um aumento de 8 milhões de toneladas no Brasil, 6 para exportação. O Mato Grosso deverá ter uma redução de 1 milhão, o que me parece conservador. É importante dizer que a janela de exportação vai ser menor para milho e notar que, neste ano, com relação à safra do milho, estamos duas vezes mais contratados do que estávamos no mesmo período. Temos duas vezes mais acordos de ‘take or pay’, a contratação está dobrada. A questão é que no quarto trimestre há muita incerteza, devido não apenas ao atraso da safra de soja, mas a condições climáticas. Esses fatores atrasaram a comercialização de milho”, afirmou.
O projeto de extensão da Malha Norte até a cidade de Lucas do Rio Verde (MT) é uma prioridade para a Rumo, em comparação com novos projetos do governo federal, afirmou o diretor.
“É claro que esse é projeto muito importante, nossa opção é sempre investir em projetos com altos níveis de retorno. Porém, temos outros projetos. A preferência é investir na extensão”, disse.
Um dos grandes desafios dessa extensão é o licenciamento ambiental, que está sendo discutido com as autoridades estaduais. “Estamos envolvidos nessa discussão, então o que posso dizer agora é que ela está indo muito bem.”
Em relação à Malha Sul, que está em discussão para renovação antecipada, o executivo diz que se trata de um projeto interessante, mas menos atrativo. “As margens são muito mais baixas que as da Malha Norte, mas os retornos são bons. Estamos discutindo a Malha Sul para ver se chegamos a situação interessante para novos investimentos”, afirmou.
Porto de Santos A Rumo ainda vê espaço para ampliar não apenas sua eficiência, mas também a capacidade dentro do Porto de Santos, afirmou o diretor, que diz também não poder detalhar as novas oportunidades.
“A questão da eficiência, o que posso te dizer é o que sempre estamos mencionando, [os investimentos] no terminal 39 (TXXXIX), adensamento do Macuco, a capacidade para fertilizantes. Também estamos trabalhando para criar capacidade adicional no porto. Assim que tivermos mais detalhes divulgaremos”, afirmou.
Questionado sobre o acordo com a DP World, ele diz que as conversas ainda estão evoluindo. No fim de 2020, as empresas firmaram um memorando de entendimentos para a construção de um terminal destinado à movimentação de grãos e fertilizantes no Porto de Santos.
Fonte: Valor