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Reverter processo de desindustrialização é grande desafio para atual governo

Em palestra na Fieg, economista Renato da Fonseca traça panorama dos primeiros 100 dias de mandato do governo Lula e aponta perspectivas e desafios para os próximos quatro anos

Reverter processo de desindustrialização é grande desafio para atual governo
Foto: Divulgação/Fieg

O Conselho Temático de Assuntos Tributários (Conat) da Fieg, liderado pelo empresário Eduardo Zuppani, promoveu quarta-feira (26/4), na Casa da Indústria, a palestra 100 Dias do Novo Governo: Análise e Perspectivas, com o economista Renato da Fonseca, PhD pela Universidade da Califórnia de Berkeley e autor de trabalhos nas áreas de economia internacional, desenvolvimento econômico, produtividade e indústria brasileira. O encontro, transmitido ao vivo pelo canal Youtube do Sistema Fieg, contou com participação de empresários, profissionais do setor e estudantes.


Em sua fala, Renato da Fonseca fez análise conjuntural das propostas, ações e realizações do atual governo federal nesses primeiros 100 dias de gestão e traçou os desafios e as perspectivas para os próximos quatro anos, sobretudo no que se refere ao setor industrial. Para ele, o primeiro trimestre do ano foi marcado por incertezas políticas, principalmente pela coalização política heterogênea e falta de uma base de apoio sólida no Congresso, e econômicas, com pressão para aumento dos gastos e riscos de retrocessos de avanços conquistados em governos anteriores. Outro ponto destacado foi o protagonismo dado à política social e a pautas de meio ambiente.


Dentre os principais desafios estruturais, o economista pontuou o processo de desindustrialização, o baixo crescimento da economia, a inflação e juros elevados, o desequilíbrio fiscal e a baixa confiança entre os industriais como pontos que precisam ser considerados pelo governo em uma estratégia para retomada do crescimento.


"O maior desafio será fazer o País voltar a crescer mais de 2% ao ano. E a maior dificuldade deve-se à desindustrialização, pois a indústria possui maior poder de puxar o restante da economia", afirmou Renato da Fonseca, ao ressaltar que, nos últimos 15 anos, a indústria brasileira encolheu uma média de 1,3% ao ano, enquanto o agro acumulou crescimento médio superior a 2% ao ano no mesmo período.

"A indústria de transformação brasileira está perdendo espaço tanto no PIB nacional, como na produção mundial e a pauta de exportação do Brasil está se 'primarizando' ou 'commoditizando'", afirmou, completando sobre a necessidade do governo de aumentar a confiança do empresário, estimulando investimentos.


No âmbito da educação, Renato da Fonseca chamou atenção para a decisão do governo de suspender o cronograma de implementação da reforma do ensino médio, que amplia a carga horária e obriga a inclusão na grade curricular de percursos optativos, buscando a formação técnica dos estudantes. Para o economista, a decisão impacta diretamente a política de profissionalização de jovens à luz de indicadores que mostram que cerca de 80% dos egressos do ensino médio não dão continuidade aos estudos em universidades.


"São jovens que terminam a educação básica sem a perspectiva de ter uma profissão. Temos a experiência do Senai, que comprova a importância dessa formação técnica e exemplos em todo mundo de países que investem na formação técnica, como forma de incentivar o desenvolvimento social e econômico", sustentou.


Dentre as perspectivas para 2023 e os próximos anos do mandato, Renato da Fonseca apontou como essenciais a aprovação de uma Reforma Tributária que resgate a competitividade do Brasil e de uma política de controle fiscal adequada; a instituição de uma política industrial com foco em resultado; a efetivação de um orçamento em infraestrutura de transportes; a aprovação do acordo Mercosul-União Europeia; a confirmação da entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); e evitar retrocessos, sobretudo nas áreas trabalhistas e de infraestrutura.


Para o presidente do Conat, Eduardo Zuppani, que moderou a apresentação, o marco de 100 dias do governo é importante porque sinaliza à sociedade como o governo deve seguir nos próximos quatro anos. "São perspectivas importantes ao setor empresarial. Para a indústria crescer de fato no Brasil, temos um grande caminho pela frente. Precisamos reverter o atual quadro de desindustrialização e retomar o crescimento. Hoje, infelizmente empresas estão saindo do Brasil e investindo em outros países, devido à falta de competitividade de nossa economia."


A palestra 100 Dias do Novo Governo: Análise e Perspectivas foi acompanhada pelos presidentes Antônio Santos (Siaeg) e Jaime Canedo (Compem-Fieg) e pelo executivo do Sindifargo, Marçal Soares. A íntegra da apresentação está disponível no canal do Sistema Fieg no Youtube.

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