A suspeita é de que um ex-servidor do Vapt Vupt utilizava documentos falsificados para fraudar transferência de veículos
Uma operação da Polícia Civil de Goiás, intitulada Operação Data Fake, desencadeada nesta sexta-feira, trouxe à tona detalhes de uma investigação que envolve um ex-servidor do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO). O suspeito é alvo de investigação por fraudar a transferência de mais de 30 veículos, em uma série de crimes ocorridos nos anos de 2019 e 2020, quando ele prestava serviço no Vapt Vupt da Cidade Jardim, em Goiânia.
A Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (Derfrva) conduziu a operação, cumprindo dois mandados de busca e apreensão em Goiânia e no município de Santa Terezinha de Goiás. Segundo a delegada Rafaela Azzi, que lidera o caso, o ex-servidor utilizava documentos quimicamente tratados e selos de autenticação falsificados para perpetrar as fraudes.
O esquema envolvia a inserção de terceiros como adquirentes dos veículos nos processos de transferência, mesmo sem constarem na autorização de transferência de propriedade veicular. A polícia agora se concentrará em ouvir despachantes e outras pessoas envolvidas nessas transações fraudulentas.
Em nota, o Detran-GO informou estar colaborando com a investigação, fornecendo inteligência e informações para o esclarecimento completo dos fatos. A gestão do órgão afirmou que tem como prioridades a transparência, a simplificação dos serviços e a intolerância com corrupção. Também foi assegurado que outras ações semelhantes serão tratadas com a mesma transparência, visando prestar contas à sociedade.
O crime
A prática criminosa de inserção de dados falsos em sistemas de informações, conhecida como peculato digital, é considerada um delito grave e prevê pena de 2 a 12 anos de reclusão, além de multa.
Nos últimos meses, o Detran-GO detectou diversas condutas delitivas ocorridas em unidades de Ciretrans, Vapt Vupt e sede, por meio de seu serviço interno de inteligência. Providências foram solicitadas junto à Polícia Civil e ao Controle Externo do Ministério Público.
Cabe ressaltar que, em junho deste ano, o Detran-GO já havia identificado centenas de fraudes em processos realizados na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) em Aparecida de Goiânia. Na ocasião, o presidente da autarquia, delegado Waldir, revelou que mais de 500 pessoas podem ter sido prejudicadas pelas irregularidades cometidas por funcionários durante a transferência de veículos.
Além disso, no início deste mês, outro servidor foi alvo de uma operação da Polícia Civil que investigava fraudes na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Santa Terezinha de Goiás. A ação resultou no cumprimento de quatro mandados de busca em endereços relacionados ao suspeito.