top of page
  • Branca Ícone Instagram
  • Ícone do Facebook Branco
  • X
  • TikTok

Investimentos em escola pública de artes colocam Goiás como referência na arte erudita

Goiás se destaca no cenário mundial do balé com quatro representantes na prestigiada competição Prix de Lausanne, consolidando sua posição no mapa global da dança

Investimentos em escola pública de artes colocam Goiás como referência na arte erudita
Bailarinos da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França conquistaram quatro das cinco vagas brasileiras no Prix de Lausanne - Foto: Divulgação

Quando o assunto é arte erudita, Goiás está muito bem representado nos cenários nacional e internacional. O estado vem colhendo os frutos dos investimentos realizados na Escola do Futuro de Goiás (EFG) em Artes Basileu França, instituição pública e gratuita mantida pelo governo estadual, que se torna, a cada dia mais, referência tanto no balé quanto na música orquestral do Brasil e da América Latina.


Bailarinas e bailarinos da EFG Basileu França garantiram quatro das cinco vagas do Brasil no Prix de Lausanne, competição considerada o “Oscar” do balé mundial, e que vai ocorrer em fevereiro de 2024 na cidade de Lausanne, na Suíça. A competição contará com 88 bailarinos e bailarinas de 19 países. Na América Latina, apenas Brasil e Argentina estarão representados: cinco brasileiros (sendo quatro goianos) e quatro argentinos.


A escola goiana já entra na competição com algum destaque: na edição deste ano, Ana Luísa Negrão levou o prêmio na categoria de Melhor Dança Contemporânea, sendo a única brasileira premiada. A premiação foi uma das 15 conquistadas nos principais festivais de dança do mundo em 2023 por estudantes de Goiás, que também levaram dois prêmios no Youth America Grand Prix (YAGP), realizado nos Estados Unidos, em abril; e 12 prêmios no Festival de Dança de Joinville, considerado o maior do mundo, em julho.

Foto: Divulgação

“Os prêmios e as participações de destaque nos principais festivais do mundo têm tido dois efeitos importantes: por um lado, a EFG Basileu França exporta estudantes para as principais cias de balé do mundo; por outro, atrai jovens de vários estados brasileiros e também de outros países, que veem na escola estadual uma oportunidade de alavancar suas carreiras no balé”, diz José Frederico Lyra Netto, secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de Goiás, pasta a qual a EFG Basileu França está ligada.


Apenas neste ano, cinco estudantes da escola goiana foram contratados por cias internacionais: Ana Luísa Negrão agora faz parte do Balé Nacional Holandês, em Amsterdã; Yasmin Arafe está na Ópera Nacional Romena de Timisoara, cidade da Romênia de mesmo nome; Ícaro Queiros fechou contrato com o Atlanta Balé, nos Estados Unidos, enquanto Nattalia Tiemi e Vitor Vaz agora compõem o elenco do Balé Nacional da Estônia.


Outros estudantes foram contemplados com bolsas integrais para estudar em grandes escolas de balé do mundo: Abril Marcucci (Ópera Nacional de Paris), Manoel Domingues (Royal Ballet, em Londres), Naylson Guimarães (Teatro Americano, em Nova York) e Laura Portásio (Balé Nacional Holandês). Fora contratos fechados com cias nacionais, caso de Ana Silva, contratada pela cia Deborah Colker, do Rio de Janeiro.


Na outra via, os números também mostram a atração de estudantes de outros estados e países. Até o início do segundo semestre de 2023, dos cerca de 120 bailarinos que estudam no corpo de baile da EFG Basileu França, formado pela Cia Jovem de Dança e pelo Balé do Teatro Escola Basileu França, 40 vieram de outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Curitiba, Mato Grosso, Piauí, Paraíba. Quatro são da Argentina.

Foto: Divulgação

Referência

Em busca de alavancar sua carreira, Vitor Vaz saiu de São Paulo quando tinha apenas 13 anos rumo a Goiás com um objetivo: estudar balé na EFG Basileu França. Aos 15, dançando pela escola goiana, Vitor ficou entre os oito melhores bailarinos do mundo no Prix de Lausanne e conseguiu uma bolsa de estudos no Royal Ballet, a companhia mais importante do Reino Unido. Hoje, com 18 anos, ele já coleciona grandes conquistas em sua carreira. Além dos dois anos no Royal, ele esteve no Dutch National, na Holanda, e foi o melhor bailarino do Festival Internacional de Dança de Joinville.


“O Basileu foi uma experiência única, onde eu aprendi tudo o que eu sou hoje, não só como bailarino, mas também como pessoa. Foi onde tive uma educação, onde aprendi minha técnica e evoluí para chegar onde eu cheguei hoje e conquistar tudo o que conquistei”, afirma Vitor, que atualmente está como bailarino convidado da Companhia de Dança Jovem do Basileu e se prepara para uma nova etapa em sua carreira, na Estônia.


Música clássica

Na música clássica não é diferente. Goiás também está no ranking mundial das melhores produções. O álbum da Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG), ligada à EFG Basileu França, alcançou o segundo lugar na lista mundial dos mais vendidos pela gravadora europeia Naxos, uma das principais do mundo na área de música clássica. O álbum, gravado sob o comando do maestro titular Neil Thomson, traz o concerto da obra de Claudio Santoro, gravado com a violoncelista Marina Martins dentro do projeto Brazilian Concert.

Orquestra Filarmônica de Goiás - Foto: Divulgação

Mas figurar no top 10 do ranking mundial de música clássica não é novidade para a OFG. Em dezembro de 2022, outro álbum gravado com as sinfonias nº 11 e nº 12 de Claudio Santoro chegou à 7ª posição na lista de mais tocados do mundo.


O sucesso da Filarmônica de Goiás também foi reconhecido por um dos principais críticos de música clássica do Brasil, após turnê realizada em São Paulo, em julho deste ano. “Já tem mesmo alguns anos que o centro de gravidade da atividade sinfônica brasileira pende lá pros lados de Goiânia”, afirmou Nelson Rubens Kunze, diretor-editor da Revista Concerto.


Mais recentemente, a revista inglesa Gramophone, uma das maiores do planeta em música clássica, também publicou uma crítica elogiosa ao álbum da Filarmônica goiana com a violoncelista Marina Martins. “As apresentações da Orquestra Filarmônica de Goiás sob a direção de seu maestro titular Neil Thomson são de primeira linha, assim como a qualidade da gravação”, diz um trecho da crítica publicada no início deste mês e que analisa a execução de cada composição.


Para o titular da Secti, José Frederico, as conquistas são resultado dos investimentos feitos pelo governo estadual na escola de artes. “A EFG Basileu França foi definida como prioridade pelo governador Ronaldo Caiado, e nós investimos pesado na escola. Só neste ano já foram autorizados quase R$ 50 milhões para reforma da escola, além da aquisição de instrumentos e equipamentos”, relata.

Publicidade

bottom of page