Encontro marcou reunião ordinária do Coinfra e contou com participação de empresários do setor de construção civil
A meta é ousada: alcançar a universalização do saneamento até 2033. Para entender como a Saneago está conduzindo a gestão e as obras de olho nesse desafio, o Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Fieg, liderado pelo empresário Célio Eustáquio de Moura, reuniu conselheiros e empresários do setor da construção civil terça-feira (14/06) com os diretores da companhia Paulo Rogério Bragatto Battiston e Fernando Cozzetti Bertoldi de Souza. No encontro, realizado de forma presencial, na Casa da Indústria, foram abordados o atual estágio das concessões e obras e os investimentos previstos para o setor em Goiás.
De acordo com dados apresentados pelos representantes da Saneago, a empresa possui R$ 313,7 milhões em investimentos nas obras em andamento e estão planejados desembolsos de R$ 6,9 bilhões até 2033 para cumprir a universalização do serviço, conforme metas definidas pelo Marco Legal do Saneamento Básico, legislação sancionada em 2020 pelo governo federal.
Para o diretor Financeiro e de Relações com Investidores e Regulação da Saneago, Paulo Battiston, o maior desafio para o cumprimento da meta é a regionalização do serviço em Goiás, além da morosidade na regulamentação de diretrizes pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). "Não se faz a modelagem de algo novo de uma hora para outra. São muitas amarras que interferem no resultado. Nacionalmente, não acredito que a universalização aconteça até 2033. Quanto à Saneago, vamos continuar trabalhando para alcançar esse objetivo", afirmou.
Nesse sentido, Battiston apresentou resultados operacionais da companhia que mostram que Goiás é o Estado que menos perde água na distribuição em todo o País. Enquanto a média nacional de perdas de água é de 40%, a da Saneago está em 27%. No recorte por município, o índice chega a 18% em Goiânia e 22% em Aparecida de Goiânia. Como comparativo, o diretor apresentou dados de Londres (28%), Roma (37%) e Montreal (40%), reforçando o bom resultado. Os dados são do Instituto Trata Brasil.
No âmbito das obras, o diretor de Expansão da Saneago, Fernando Cozzetti, detalhou quase R$ 400 milhões em investimentos entregues em municípios goianos no Entorno do Distrito Federal, em Goiânia e na Região Metropolitana, em Anápolis e no Centro-Sul e Norte goiano. Para os próximos anos, o planejamento da companhia inclui investimentos em importantes obras de expansão que devem beneficiar Goiânia e Aparecida de Goiânia, com continuidade dos projetos dos linhões Central, Norte, Oeste, Sul, Leste e Gyn-APA, além de municípios como Anápolis e Rio Verde, que possuem expressivo polo industrial. "São obras de ampliação do sistema, esgotamento, captação e tratamento que vão acompanhar o crescimento dos municípios", disse.
Na avaliação do presidente do Coinfra, Célio Eustáquio de Moura, a situação da Saneago é bastante favorável e mostra que a empresa tem investido correto, com gestão conservadora e com situação financeira muito bem avaliada pelas empresas de risco, como Fitch Ratings e Moody's, que classificaram a companhia em AA+, resultado que comprova sua capacidade de pagamento e de investimento.
"Os investimentos que a empresa propõe fazer vão deixá-la mais competitiva, tornando a universalização tanto da água quanto do esgoto algo factível de ocorrer e dentro de uma média superior à nacional. Como a Saneago tem licitado obras e tido um compromisso de quitação dos débitos dentro do cronograma normal, sem atrasos, isso faz com que as obras também se tornem mais baratas e estimulem as empresas do setor da construção a trabalharem para a companhia", analisou Célio Eustáquio.
O presidente do Coinfra afirmou ainda que o fato da Saneago possuir um dos menores índices no Brasil de perda de água também é extremamente positivo porque demonstra que a empresa tem maior controle de suas redes, além de contribuir com a questão da sustentabilidade hídrica.
A reunião do Coinfra foi acompanhada pelos presidentes do Sinduscon-Anápolis, Luiz Antônio Oliveira Rosa; do Comdefesa, Anastácios Dagios; e da Câmara da Indústria da Construção (CIC), Sarkis Nabi Curi.