A transformação na percepção das carreiras por parte dos profissionais está impulsionando as organizações a aprimorarem seus ecossistemas de carreiras. É o que mostrou a pesquisa ‘Estratégia e Design de Carreiras 2023’, realizada pela WTW, que explora como as empresas estão se adaptando a essa nova realidade.
Para entender a sua importância, primeiro precisamos saber o que é o ecossistema de carreiras. Ele vai direcionar o trabalho, sua evolução e as possibilidades de carreiras e recompensas, sempre com transparência, visibilidade, oportunidades equivalentes e expectativas claras de desempenho. Para funcionar, precisa de dois elementos-chave: a jornada e o framework de carreiras. O primeiro é responsável pela estratégia e gestão de carreiras. O segundo é a arquitetura do trabalho, que estabelece a estrutura e avaliação dos cargos, fazendo a conexão com os requisitos e habilidades necessárias.
Nesse sentido, vemos dados interessantes. No Brasil, três em cada cinco empresas consideram o ecossistema de carreiras como uma prioridade. Elas também têm metas em comuns que incluem atrair e reter talentos; tomar decisões mais justas e eficazes em relação a remuneração; e reter empregados de alto desempenho e alto potencial. Isso, na visão dos participantes do estudo, impacta diretamente no desempenho e produtividade.
Das empresas que participaram da pesquisa, metade delas tem arquitetura e avaliação de cargos em vigor para toda a organização, mas, a maioria não avançou em relação ao desenho e implementação dos outros elementos do ecossistema, como a arquitetura do conhecimento e a jornada de carreiras (incluindo a estratégia e gestão de carreiras) e a principal barreira é a falta de uma tecnologia integrada.
Mais do que nunca, as empresas precisam repensar suas estratégias e construir seus ecossistemas de carreiras, para direcionar o trabalho, a evolução e as oportunidades de carreiras, proporcionando transparência, visibilidade e expectativas claras de desempenho aos gestores e aos colaboradores. Neste momento em particular em que as empresas brasileiras se deparam com a necessidade de atender a Lei 14.611/23 que trouxe novas regulamentações sobre a legislação que visa a garantia de salários iguais e de critérios remuneratórios entre homens e mulheres no exercício da mesma função ou que realizam trabalhos de igual valor, a existência de um plano de cargos, carreira e remuneração tecnicamente bem estruturado e bem comunicado se reveste de fundamental importância.
Caroline Mattez é diretora de Work, Rewards & Careers na WTW.