Classificação calcula tempo que cada consumidor ficou sem energia e número de interrupções ocorridas
A empresa Equatorial, que comprou a Celg D na madrugada desta sexta-feira (23/9), é proprietária das duas piores concessionárias de energia no Ranking de Continuidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) — a Equatorial MA e a CEEE. O levantamento, correspondente a 2021, e foi divulgado em março.
Segundo a ANEEL, é medido um Desempenho Global de Continuidade (DGC). O indicador é formado a partir da comparação do tempo que, em média, cada consumidor ficou sem energia elétrica com o número de interrupções ocorridas, em média, no período. Entre as 29 concessionárias, estão aquelas que atendem mais de 400 mil consumidores.
No ranking, as empresas do grupo Equatorial são as últimas colocadas, em 28⁰ e 29⁰ posição, pelo desempenho ruim de frequência de interrupções. Elas perdem apenas para a Enel GO, que é a 27ª colocada.
Ou seja, de acordo com a Aneel, a nova dona da Celg D é ainda pior que a Enel, que atualmente é a concessionária energética em Goiás.
Veja o gráfico divulgado pela ANEEL:
Crise Energética
Nos últimos anos, os goianos vêm enfrentando uma série de problemas com energia, perdendo em competitividade, gerando prejuízos aos produtores, com impactos diretos na economia e retração de várias empresas, que deixaram de vir para o Estado pela instabilidade elétrica.
Apesar de a Equatorial ser pior que a Enel, o governador de Goiás Ronaldo Caiado "comemorou" a venda ao fazer o anúncio em suas redes sociais. Por outro lado, ele disse também que vai cobrar para que a nova empresa “cumpra com o contrato em Goiás”.
A crise energética, que já vinha sendo motivo de críticas do principal opositor do atual governador, Gustavo Mendanha (Patriota), foi novamente motivo para questionamentos. No Twitter, ele atribuiu a venda a um ato desesperado após ter sido desmentindo sobre o processo de caducidade. "Depois de ser pego na mentira, em um ato desesperado, o governador concretizou a venda da Celg D para uma das piores empresas de energia do país", afirmou.
Mendanha ressaltou que não é uma defesa a manutenção da Enel em Goiás, mas que, isso não resolverá o problema, pelo contrário, pode piorar a distribuição energética para os goianos.