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Redação Ogoiás

Caminho de Cora: Trajeto ideal para apreciar a natureza

Um trajeto feito em grande parte em meio à natureza relembra as viagens empreendidas nos séculos XVIII e XIX por desbravadores e pelos bandeirantes paulistas, ligados à corrida do ouro que deu origem ao povoamento do território goiano.

O Caminho de Cora Coralina é uma trilha de longo curso que liga a Cidade de Goiás até a cidade de Corumbá de Goiás. Com cerca de 300 km, a maioria passando por estradas vicinais de terra e trilhas pelo meio do cerrado, o Caminho de Cora Coralina é uma atração cada dia mais procurada por turistas de todo o país. São 8 municípios (Corumbá de Goiás, Cocalzinho de Goiás, Pirenópolis, São Francisco de Goiás, Jaraguá, Itaguari, Itaberaí e a Cidade de Goiás) e 8 distritos (Caxambu, Radiolândia, Chapeulândia, Alvelândia, Palestina, São Benedito, Calcilândia e Arraial do Ferreiro). A trilha pode ser feita a pé ou de bicicleta, e mostra a cultura goiana em especial sua gastronomia e suas lindas paisagens. O caminho interliga 3 unidades de conservação do estado de Goiás: o Parque Estadual da Serra dos Pirineus, o Parque Estadual da Serra de Jaraguá e parte do Parque Estadual da Serra Dourada. O Caminho de Cora Coralina é uma experiência incrível de imersão na cultura e no cerrado goiano.

Em 1682 o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, acompanhado de seu filho de 12 anos de mesmo nome, faz sua primeira entrada nos sertões dos Goyazes em busca de ouro. Depois de muitos quilômetros acamparam em uma região onde os índios usavam enfeites de ouro. Bartolomeu Bueno perguntou aos índios onde haviam encontrado o metal precioso, os índios recusaram-se a responder e o bandeirante então derramou aguardente em uma cuíca e colocou fogo, dizendo que faria o mesmo com os rios se os índios não mostrassem onde estava o ouro. Os índios, amedrontados com o feito, passaram a chamá-lo de Anhanguera, que significa Diabo Velho, e o levaram ao pé de uma grande serra. Bartolomeu Bueno recolheu uma grande quantidade de ouro no leito do rio e regressou a São Paulo. Faleceu em 1700 levando consigo o segredo de sua descoberta. Bartolomeu Bueno da Silva Filho, guardou esse segredo até 1720 quando ofereceu-se ao Rei D. João V para redescobrir as minas que visitou quando criança. Partiu em 1722 e somente em 1725 encontrou uma tribo onde indígenas contavam a história do Diabo Velho, que possuía o poder de incendiar as águas. Bartolomeu apresentou-se como filho do Anhanguera e os índios sentido o mesmo temor, o levaram ao rio que esteve quando criança. Após regressar a São Paulo, Bartolomeu Filho retorna em 1726 a Goiás, em uma nova expedição, para dar início à exploração das minas, com os primeiros garimpos na região do Rio Vermelho. Esses caminhos abertos pelos bandeirantes seriam utilizadas por muitos outros exploradores. August de Saint-Hilaire famoso botânico e naturalista francês, esteve nos sertões de Goiás por volta de 1819, escreveu o livro “Viagem à Província de Goiás”, descrevendo com detalhes todo o caminho percorrido, além de identificar e catalogar plantas, narra também os costumes da época. Outro explorador foi Raimundo José da Cunha Matos, governador de armas de Goiás entre 1823 e 1826, função criada em 1821 pelas cortes de Lisboa separando o poder civil e militar das províncias, o governador de armas devia zelar pela ordem e manutenção da disciplina.

Ainda nos dias de hoje esses caminhos são percorridos por exploradores por outros motivos, entre eles conhecer de perto essas histórias, contemplar paisagens e superar desafios. Além de caminhar, como era feito antigamente, os exploradores agora utilizam a bicicleta para transpor as distâncias. O Caminho de Cora Coralina, foi criado seguindo o relato desses antigos viajantes, que detalharam os locais por onde passavam. Com muita pesquisa e dedicação, foi possível identificar o trajeto mais próximo da rota utilizada pelos antigos exploradores. Por todo o caminho há versos da poetisa Cora Coralina, inspiração para o nome do percurso, nos trazendo além da beleza dos versos, lições de vida e de superação. Durante o caminho é possível ver a riqueza do bioma do Cerrado, sua fauna e sua flora, e por muitas vezes ver o patrimônio material ainda preservado. Igrejas, museus, monumentos, fazendas, rios, serras e muito do que foi visto e construído no período colonial do Brasil, permanecem pelo caminho, emocionando aqueles que se aventuram a conhecer as Estradas Coloniais de Goiás e o Caminho de Cora Coralina.

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