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Caiado vai discutir junto ao Judiciário situação das visitas íntimas no sistema penitenciário goiano

Em entrevista coletiva, governador explica que tal modalidade causa insegurança, uma vez que a privacidade pode ser utilizada para encomendar crimes

Caiado vai discutir junto ao Judiciário situação das visitas íntimas no sistema penitenciário goiano
Governador ressalta os perigos da visita íntima nos presídios durante coletiva à imprensa: “Sabemos que a visita íntima sempre foi usada para articulação de crimes como assassinato e tráfico de drogas” - Fotos: Lucas Diener

O governador Ronaldo Caiado vai abrir diálogo junto ao Poder Judiciário para encontrar um consenso sobre o impasse envolvendo as visitas íntimas no sistema penitenciário goiano. Durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (23/02), o chefe do Executivo alertou que tal modalidade gera insegurança na população, uma vez que a privacidade concedida pode ser utilizada como via direta para ordenar crimes.


As visitas íntimas em presídios estaduais estão suspensas desde março de 2020 devido à pandemia de Covid-19. Em abril de 2022, a portaria 245/2022 regulamentou a retomada das visitas presenciais, mas as íntimas seguiram impedidas. Em janeiro, houve a promulgação da Lei nº 21.784 que as proíbe de forma definitiva. Porém, na quarta-feira (22/02) o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Goiás acatou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) e suspendeu, em medida cautelar, a sua eficácia. O Estado de Goiás não foi provocado na ação judicial para apresentar seu posicionamento.


Na coletiva de imprensa, Caiado afirmou que tal decisão judicial de suspender a lei “preocupa, e muito, a Segurança Pública”. “Sabemos que a visita íntima sempre foi usada para articulação de crimes como assassinato e tráfico de drogas”, alertou. A visita íntima, por diversas vezes, também expõe às famílias a situações constrangedoras, o que no passado possibilitou inclusive a práticas de crimes contra os familiares dos detentos, com diversos episódios de violência e casos de abuso sexual.


De acordo com Caiado, a visita íntima não configura um direito, mas uma “regalia”. E que desde que assumiu o Estado, em 2019, tem realizado uma série de investimentos para garantir os direitos da população privada de liberdade. “Construímos, ampliamos e reformamos [unidades prisionais], implantamos serviço médico, psicológico, oportunidade de emprego para ampliar o atendimento ao cidadão que está preso”, elencou.


Durante a entrevista, o diretor-geral de Administração Penitenciária, Josimar Pires, explicou que a portaria seguida atualmente pelo Estado regulamenta as modalidades de visita, o que não inclui as íntimas. “Hoje temos as presenciais, em parlatórios, espaços de convivência familiar. Todos são monitorados com a presença do policial penal. Também existem as visitas de modo virtual, concedendo o direito àquelas pessoas que residem longe e não possuem capacidade de se deslocarem até a unidade prisional”, argumentou.


Investimentos

O Governo de Goiás investiu, entre 2019 a 2022, mais de R$ 23,1 milhões no sistema penitenciário goiano. Todas as unidades prisionais do Estado foram reformadas – exemplo foi a requalificação completa dos blocos 1 e 2 da Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), dentro do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Com investimento de R$ 3,9 milhões, as intervenções na unidade levaram mais segurança para os servidores penitenciários e para os apenados, impedindo qualquer possibilidade de demolição do prédio.


O trabalho preventivo da Polícia Penal de Goiás e o rigor em coibir a entrada de ilícitos nas unidades prisionais do Estado ao longo dos últimos quatro anos resultou na diminuição do número de apreensões dentro e fora das prisões e na queda dos eventos de motins, rebeliões e fugas.


Em 2020, foram interceptados 765 celulares durante revistas em familiares no momento da entrega de alimentos e produtos de higiene e limpeza aos custodiados. Em 2022, esse número caiu para 117. Os registros de motins e rebeliões caíram de 41, em 2021, para 17, em 2022, o menor número nos últimos seis anos. Se comparado com 2017, a redução alcança 73,8%. As fugas também tiveram redução de 42,1%, de 2021 para 2022.

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