A Polícia Civil concluiu que não houve desabastecimento externo de energia elétrica, mas uma falha na rede interna do hospital.
A Polícia Civil (PC) indiciou nove pessoas por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, após faltar bateria em aparelhos da UTI-Covid do Hospital do Centro Norte Goiano (HCN), em Uruaçu.
A investigação sobre as mortes ocorridas em 12 de junho deste ano na unidade de saúde, por suposta falta de energia elétrica, foi finalizada na tarde desta terça-feira (14) e encaminhada ao Poder Judiciário. Nove pessoas da equipe médica foram indiciadas por homicídio culposo e um profissional da área de manutenção foi indiciado por falso testemunho.
As investigações
O inquérito policial instaurado pela PC concluiu que não houve desabastecimento externo de energia elétrica, mas uma falha na rede interna, ocorrida por volta das 04h15 da madrugada. A pane desativou um dos disjuntores que alimentavam os ventiladores mecânicos (respiradores) da UTI, fazendo com que eles passassem a funcionar no “modo bateria” até o amanhecer.
“A equipe médica não percebeu que os respiradores estavam operando nessa condição e assim eles operaram de 04h15min até amanhecer, por volta de 06h45min, quando acabou a bateria e os pacientes ficaram sem oferta de oxigênio”, disse o delegado responsável pelo inquérito, Sandro Leal Costa, do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Uruaçu.
Conforme a PC, os aparelhos funcionariam com suporte em baterias por cerca de três horas. A prova pericial demonstrou que duas das quatro mortes ocorridas naquela data tem relação direta com a inoperância dos ventiladores.